ABSTRACT
A colestase pode resultar de diversas etiologias e pode se constituir em importante problema diagnóstico na prática médica. Os exames laboratoriais são inespecíficos e não determinam a causa da colestase. O quadro clínico pode ser amplamente variável, podendo não revelar qualquer sintoma em algumas ocasiões, e, em outras, apresentar quadro toxêmico compatível com a síndrome colangio-hepatite ou a colangite piogênica. Na avaliação diagnóstica realizada por exames radiológicos de imagem, vários métodos podem ser utilizados com essa finalidade: ultrassonografia (US) e tomografia computadorizada de abdômen (TC), ressonância nuclear magnética com colangiografia (CRMN), colangiopancreatografia por via endoscópica retrógrada (CPRE), colangiografia por via transparieto-hepática (CTPH) ou por dreno biliar e, ainda, métodos complementares, como a colangioscopia e ultrassonografia intraoperatórias. Relata-se caso de calculose intra-hepática (ClH), diagnosticada por CRMN de repetição, em paciente assintomática e anictérica, que, após realização de vários métodos de imagem não elucidativos da causa de colestase, evoluiu com presença persistente de elevação dos níveis de enzimas canaliculares, desde o pós-operatório imediato até dois anos após a realização de colecistectomia.